Um herói com um pénis com superpoderes é o programa de animação que está a dividir os dinamarqueses
Programa infantil da televisão dinamarquesa, para a faixa etária dos 4 aos 8 anos, está a dividir opiniões entre pais e políticos.
Um programa dinamarquês sobre um homem com o superpoder de um pénis infinitamente extensível está a dividir opiniões entre pais e políticos na Dinamarca. Afinal, o programa John Dillermand — que pode ser traduzido como “João Pénis” — é para crianças dos 4 aos 8 anos e foi para o ar na DR, a emissora nacional, o equivalente à RTP.
O programa de animação apresenta um boneco feito de argila com uma roupa às riscas brancas e vermelhas, e com um pénis extensível (vestido com o mesmo padrão) — às vezes útil, outras vezes o órgão fica fora de controlo.
Muitos dinamarqueses recorrem às redes sociais para expressar a sua indignação, apelidando o programa de “nojento” e “abaixo dos padrões” para um animação infantil. “Sou o único que acha repreensível que as crianças achem divertido ver um pénis de um adulto na DR?”, escreveu no Twitter Morten Messerschmidt, do conservador Partido do Povo Dinamarquês. A escritora Anne Lise Marstrand-Jørgensen pergunta se na era do #metoo, em que se discute o assédio sexual se é “realmente a mensagem que queremos transmitir às crianças”.
Ja, de hellige vil nok kalde mig sart og sige, jeg ikke har ret til at gå på kompromis med ytringsfriheden og la la la.... Men er jeg den eneste, der finder det forkasteligt, at børn skal synes det er sjovt at se på voksnes tissemænd på DR ramasjang? https://t.co/dLPWjzUgaE
— Morten Messerschmidt (@MrMesserschmidt) December 30, 2020
Mas outros consideram a personagem “engraçada” e “inofensiva”. Por exemplo, na série, o pénis fica preso na porta de um autocarro, segura balões enquanto John voa pelo ar e é usado quer como hélice de helicóptero quer como um chicote para domar um leão.
A emissora justifica que o programa tem como objectivo satisfazer a curiosidade que as crianças têm sobre os seus corpos, incluindo as partes que podem achar mais constrangedoras, daí o personagem ser um adulto com um corpo incomum. “As crianças gostam de ficar nuas e explorar o seu corpo. Elas brincam aos médicos, examinam-se umas às outras e adoram palavras impróprias”, justifica Margrethe Bruun Hansen, a psicóloga infantil que foi consultada para a produção do programa.